Dia desses li algo aqui sobre as profissões que vão ser substituídas por máquinas ou que tendem a desaparecer. Eu sou jornalista, a escrita é meu ganha pão, estaria eu a deriva?
Fiz um teste com a inteligência artificial do chat GPT. Lancei uma pergunta e a resposta veio em forma de texto bem fundamentado, constituído, corretinho até no português. O assombro veio nos primeiros segundos, depois me toquei que perfeição não combina com gente.
A inteligência artificial está sendo indicada para criadores de conteúdo escreverem um e-book ou um post no instagram com mais rapidez. O teste da receita de bolo de chocolate mostra-se infalível. Em segundos, ele lista todos os ingredientes necessários e o modo de fazer. O chat GPT só não sabe que eu tenho intolerância à lactose, que eu só consumo leite vegetal, que eu já sei que leite sem lactose é enzimado e não faz bem pra mim e por aí vai. Na receita secreta da mamãe, ela unta a fôrma com o próprio cacau e não com farinha. Essa informação preciosíssima o chat GPT não me deu. Somos memória e sentimentos. Somos feitos de história e emoções. Não somos iguais. Não somos zumbis. É importante, claro, conhecer as novas ferramentas para dominá-las, fazer uso delas, mas sem pasteurização. Gosto do que é artesanal, do café fumaçando na italianinha, da conversa olho no olho. A tecnologia não pode substituir as relações humanas. Só existe escrita quando há escuta. E escutamos de verdade quando sentimos. E quem sente mais, é mais feliz em si.