Já parou pra pensar que, muitas vezes, nós não valorizamos o que fazemos com facilidade? A escrita, pra mim, é um grito, um desabafo, uma forma de expressão. E também é uma maneira de demonstrar afeto por alguém. Sabe aquela mensagem de aniversário nos grupos de WhatsApp? Eu uso aquele momento para homenagear aquela pessoa querida com os meus textos. Tento colocar na mensagem tudo o que aquela pessoa representa pra mim e sempre sai (saía) um textão. Reflito e começo a lembrar momentos que vivemos, características e atitudes tão sutis daquela pessoa querida, mas que eu percebo, junto e jogo naquela hora, sem perguntar se a pessoa está preparada para ler.
O que ao meu ver seria motivo de alegria, já foi sinônimo de constrangimento. Sim, em algum momento, um amigo já se sentiu incomodado por ser elogiado no grupo dos amigos em forma de texto. Foi no dia em que eu destaquei o cuidado dele com sua família e, ao mesmo tempo, como ele honra a memória dos seus. Desde aquele dia, ele ficou sem graça comigo.
Talvez eu precise entender que sensibilidade também pode ser um veneno, quando não usada com moderação. Até água em excesso pode causar algum mal ao organismo. A partir desse dia passei a ser mais comedida. Até porque escrever me cansa, suga minha energia. Pra muita gente é como gravar um vídeo. Você se sente exposta, vulnerável com uma câmera na sua frente. Também me sinto assim quando escrevo, nua, sem roupa. Mas como me disseram uma vez, é uma nudez de alma e eu acolho essa minha percepção sobre as pessoas.
Aprendi, com essa situação, que minha escrita tem valor e que não dá pra ficar ofertando minha commodity pra quem não demonstrou que queria o produto. Eu sei que não vou deixar de sentir, mas é preciso guardar algumas percepções para mim mesma. Se precisar transbordar, talvez eu caiba aqui. #escritaafetiva #autoconhecimento #escrever #escritaafetuosa